Baixa Estatura em Crianças | Saiba mais sobre o assunto
drcarlosseraphim • December 1, 2020
A questão da altura gera muitas dúvidas nos pais das crianças. Frequentemente é um receio que o filho fique mais baixo que os(as) colegas no colégio. Uma das competências do endocrinologista é avaliar o crescimento e desenvolvimento humano, incluindo o período da puberdade. Antes de discutir o que é baixa estatura e quais as causas mais comuns, assista ao vídeo abaixo para entender um pouco como funciona o crescimento normal nas crianças:
Baixa Estatura
A baixa estatura é definida através de referências populacionais. Em geral, se a criança tem uma altura abaixo de 2 desvios-padrão da média da população para a idade, entra neste grupo. Isto em geral corresponde ao percentil 3, isto é, aos 3% mais baixos da população. O endócrino sabe avaliar dentro das tabelas de crescimento quando isso acontece. Vale ressaltar dois pontos aqui. Em primeiro lugar, este corte não significa necessariamente que haja alguma doença ou algo de errado no crescimento: somente indica que é importante fazer uma avaliação com um endocrinologista ou endócrino pediatra habilitado.
O segundo ponto é que há outras indicações possíveis de investigação:
- Perda de canal de crescimento ou desaceleração do crescimento;
- Crescimento em canal muito distante do predito pela altura dos pais;
- Crescimento desproporcional;
- Atraso importante da idade óssea;
- Atraso no início da puberdade;
- Puberdade precoce;
- Crianças que nasceram pequenas e não recuperaram o crescimento após 2 anos de idade.
Causas de Baixa Estatura
De forma geral, há várias causas. Só para ilustrar, as principais são:
- Baixa Estatura Idiopática: é a Baixa Estatura sem causa definida (até o momento), geralmente é um diagnóstico feito após excluir as outras causas.
- Baixa Estatura Familiar: ocorre quando a baixa estatura é proporcional aos pais, que também tem baixa estatura.
- Atraso constitucional do crescimento e Desenvolvimento: é uma variante benigna, em que a criança atrasa o pico de crescimento (estirão puberal) porque entra tardiamente na puberdade. Muitas vezes há história semelhante na família, o que facilita o diagnóstico.
- Deficiência do hormônio de crescimento (GH): a falta deste hormônio pode tanto ser congênita quanto adquirida.
- Doenças crônicas: qualquer outra doença pode interferir no crescimento da criança. As principais são: anemia, diabetes, hipotireoidismo, doença celíaca (intolerância ao glúten), insuficiência renal.
- Causas genéticas: nas meninas a principal causa é a Síndrome de Turner, que acontece em 1 a cada 2000 – 5000 meninas. Há diversas outras causas nesse grupo: malformações ósseas, como a acondroplasia, e síndromes genéticas mais complexas, que cursam com outras características (Síndrome de Noonan, por exemplo).
Investigação da Baixa Estatura
O Endocrinologista ou Endócrino Pediatra vai realizar uma série de medidas no exame físico e solicitar alguns exames iniciais para avaliar a causa da Baixa Estatura. Dependendo dessa causa, pode usar alguns recursos para ajudar a recuperar o crescimento, desde bloquear ou induzir a puberdade até repor o hormônio de crescimento (GH), quando há indicação. Em muitas situações o melhor a se fazer é orientar a família e acompanhar o crescimento da criança, após descartar causas patológicas de baixa estatura. Confira no infográfico abaixo algumas informações importantes sobre velocidade de crescimento e idade óssea. Além disso, veja a fórmula para calcular a altura alvo da criança

Veja no infográfico como calcular a altura alvo da criança e qual o papel da velocidade de crescimento e da idade óssea.
Sempre é bom lembrar: as informações aqui tem caráter educativo, e para diagnósticos deve-se realizar consulta médica com endocrinologista e/ou endócrino pediatra devidamente capacitados